terça-feira, 7 de outubro de 2008

Quem não morre como herói vive o bastante para se ver transformar-se em um vilão!

Aqui é Guilherme Zeneratto falando direto do deserto, que no momento mais me parece um quarto de espelhos, sozinho comigo mesmo e não curtindo muito a companhia, mas com a fé de que a hora mais escura da noite antecede os primeiros raios solares.

Enfrentando um dos meus fantasmas e meditando um pouco na vida querendo encontrar uma solitude, acabo de rever meus conceitos utilizando um conceito meu ainda que antigo, visto que o fim de toda tendência é se transformar em uma filosofia, já dizia meu antigo amigo Herman Hesse.

Tudo começou quando eu estava vendo o filme novo do Batman e de repente me surge a frase "Quem não morre como herói vive o bastante para se ver transformar-se em um vilão", cheguei a conclusão de que todo vilão é apenas um herói melhorado. Seja pelo que for, percebemos que tudo é regido pelo amor, toda atitude sua é baseada em amor, Jesus foi enfático ao dizer que ou amamos a Deus ou amamos a Mamom, Ele simplesmente não deu outra opção, não existe alguém que não ame a nenhum dos dois, haja vista que o amor a Mamom é o amor que empregamos a nós mesmos, então amamos um ou outro, o próprio ódio é um amor ferido, desacreditado ou apenas um amor egoísta de um ego machucado, mas não deixa de ser amor. O egoísmo passa a ser a vontade de suprir uma maldição criada por nós mesmos que seria a "obrigatoriedade de ser feliz", eu em mim mesmo tenho de me sentir bem para dar uma falsa sensação de que minha vida não seria apenas um processo de sangue correr nas veias, e ela não passa disso mesmo, um processo biológico que retém algumas coisas e eliminas outras, afim de que as engrenagens corporais todas fluam simetricamente.

Eu disse que o vilão seria a evolução de um herói por que se pegarmos a definição de Nietzsche sobre o Super Homem, ele não passa de alguém que já se calejou em tudo na vida e acredita apenas em si mesmo como auto-provedor de felicidade, ignorando os mais fracos e usando os mais fortes para beneficio próprio, e realmente se formos ver, este é o melhor estilo pra se viver, visto que a moralidade é apenas algo que tem o papel de mediocrizar a sociedade, me atrapalhando de mexer desordenadamente com aquilo que não é meu, e o amor pelo mais fraco nada mais é do que uma marcha ré, então ter esse tipo de vida nada mais é do que interromper a escalada da evolução indo atrás das pessoas mais fracas, impedindo o fluir da sobrevivência do mais forte, algo voltado apenas para a sustentabilidade do eu. Percebemos então que isso nada mais que do que a pura realidade. Isso caracteriza um vilão, o amor a si mesmo desconhecendo limites, apenas um objetivo, seja explodir duas torres pra mostrar sua ideologia, roubar a mulher do próximo, esconder o brinquedo do coleguinha, como os vilões de série japonesa apenas acordar com vontade de conquistar o mundo ou se você for uma mãe de um rapaz rico de novela mexicana apenas vai querer destruir a "favelada" afim dela não roubar o Rodolfo Marcondes de você. Tudo no mesmo principio.

Na contramão vem Jesus dizendo que o seu amor próprio não passa de lixo, que você não tem um fim em si mesmo, sua vida existe pra refletir a luz de Cristo pra abençoar a vida do seu irmão, coisa chata né? Essa é a vida do herói, na contramão do vilão utilizando da sua vida para renunciar em favor da outra. Foi o que Jesus quis dizer, a partir do momento em que eu vivo para mim que eu mostro que me importo mais comigo do que com meu irmão, o amor se tornou egoísta, a partir do momento em que eu levo um tapa na cara e revido eu perco uma chance preciosa de mostrar como o reino de Deus é diferente, a partir do momento em que eu reclamo a posse de uma capa que é na verdade minha ou espero receber um dinheiro de volta, entro na contra-mão do que Jesus falou. Isso é muito sério e complicado. Temos aprendido a ser prósperos, estapear o diabo, decretar a vingança do SENHOR contra aqueles que nos oprime e achamos que esse é o caminho certo, quando na realidade o caminho é o da negação é de perdoar "porque eles não sabem o que fazem", é carregar a cruz dia após dia,


 

I Corintios 11.23-30 - São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez, Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame? Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.

Se esse homem viesse a minha igreja com certeza faríamos um descarrego espiritual ou diríamos que ele profetizou maldiçoes ou até faríamos cura interior na vida do apostolo Paulo e na realidade, ele é a figura do Herói que não vive pra si mesmo, um Bruce Wayne que abriu mão de uma vida normal a favor do próximo e que nem disso se gloria, se gloria na sua própria fraqueza, na realidade esse é o verdadeiro herói, o cara que não desiste porque a coisa não está do jeito que ele quis, do camarada que apanha e volta pra apanhar de novo, que perdia a capa e deixava a túnica pra trás também, a única coisa que ele não perdia era a presença de Deus e o amor ao próximo. Com sinceridade, eu quero viver isso, porque é pra isso que fui salvo, não para ser apenas mais um, nem pra me destacar no meio de milhares, mas ganhei a vida pra compartilhar não só com Deus, mas com o meu irmão.

Ou você morre pra si mesmo ou então irá ser o vilão que tanto luta pra manter sua vida no curso atual.

Ben Parker tio do Homem Aranha diria para Peter que essa é a maldição dele, Paulo diria que isso se chama Santa Vocação ou Carreira, Jesus chama isso de salvação. E eu, do que chamarei? Propósito? Sonho? Utopia? No momento eu prefiro apenas agradecer e por meu carrinho a álcool pra funcionar... Pois o dia vem e agora é!

Um comentário:

Pod papo - Pod música disse...

Os hinos cantados em muitas igrejas hoje em dia mostra que a vida de um Cristão é um inferno, só tem luta. Tem um hino que é assim "persegui meus inimigos e os alcancei, só voltei depois de os destruir".
Como assim destruir?
E o perdão onde fica?
Quando a gente se converteu, nós eramos pobres mundanos assim como os nossos inimigos até que um dia fomos transformados. O nosso desejo deve ser transformar nossos inimigos e não destruí-los, tem cristãos agindo como verdadeiros vilões mesmo!

Beijinhos!